10 agosto 2013

Papa Francisco e a teologia da mulher: algumas inquietações.

Por Ivone Gebara

Diante da aclamação geral e da apreciação positiva da primeira visita do Papa Francisco ao Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), qualquer ensaio crítico pode não ser bem-vindo. Mas, depois de tantos anos de luta "ai de mim se eu me calar!”. Por isso, vão aqui algumas poucas linhas e breves reflexões, só para partilhar algumas percepções a partir do lugar das mulheres.

Não quero comentar os discursos do papa Francisco e nem a alegria que muitos de nós tivemos ao sentir a simpatia, o carinho e a proximidade de Francisco. Não quero falar de algumas posições coerentes anunciadas em relação às estruturas da Cúria Romana. Quero apenas tecer dois breves comentários. O primeiro é em relação à entrevista do papa no avião de volta a Roma, quando perguntado sobre a ordenação das mulheres e respondeu que a questão estava fechada, portanto NÃO. E acrescentou que uma "teologia da mulher” precisava ser feita e que a Virgem Maria era superior aos apóstolos, portanto nada de almejar um lugar diferente para as mulheres.

O segundo comentário tem a ver com a identificação do novo catolicismo juvenil com certa tendência carismática muito em voga na Igreja Católica hoje. Isto deveria nos levar a perguntas bastante sérias para além de nossa sede de ter líderes inspirados que falem ao nosso coração e dispensem os discursos teológicos racionalistas e dogmáticos do passado.

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